O impacto do estresse vai além da própria saúde e bem-estar e, no caso de gestores, pode contaminar o resto da equipe. Uma pesquisa da consultoria americana Life Meets Work aponta que chefes que não têm a capacidade de lidar com o próprio estresse acabam deixando seus subordinados mais estressados, menos engajados e menos eficientes.
A pesquisa teve a participação de cerca de mil profissionais americanos com idade entre 18 e 70 anos, em empregos onde atuam diariamente com um chefe direto. Eles avaliaram a habilidade de seus superiores lidarem com o próprio estresse, tolerarem frustração e se adaptarem a mudanças. O estudo também analisou o nível de estresse e engajamento dos próprios respondentes.
Funcionários com um chefe estressado reportam sentir alto nível de estresse com maior frequência — 28%, contra 17% no caso dos funcionários com um líder considerado “resiliente”. Os gestores com mais capacidade de administrar o próprio estresse também contribuem para suas equipes serem mais eficientes (64%). No caso dos chefes estressados, apenas 7% reportam trabalhar em times altamente eficientes. Esses profissionais consideram que a contribuição do chefe para o seu desempenho é irrelevante (28%) ou prejudicial (27%), dois números que entre profissionais con chefes resilientes não passam de 10%.
Entre chefes estressados, também é menor a presença de funcionários com alto nível de engajamento (11%). Entre gestores resilientes, eles são 60%. Isso acaba refletindo na relação do profissional com a empresa como um todo: entre equipes de chefes estressados, o número de profissionais que recomendariam a um amigo trabalhar com seu chefe ou na sua empresa é similar (cerca de 18%) e, nos dois casos, muito menor do que entre profissionais com chefes resilientes (cerca de 75%).
Para Kenneth Matos, vice-presidente de pesquisa da Life Meets Work, as empresas costumam focar demais na prevenção ao estresse do ponto de vista individual de cada funcionário, e deveriam se atentar mais ao impacto que os gestores da companhia têm em suas equipes. “A habilidade de um líder gerenciar o próprio estresse repercute por toda a organização”, diz.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 11.04.2017
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